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sábado, 21 de julho de 2012

Especialistas em reprodução humana se reunem na Turquia

Exame das células do embrião permite ao medico identificar o sexo do bebê e colher informações sobre doenças como a Síndrome de Down


Especialistas reunidos no Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia afirmam que a biópsia realizada no quinto dia embrionário é uma prática segura.



Especialistas do mundo inteiro tiveram acesso às mais importantes novidades na área de Reprodução Humana apresentadas durante o congresso realizado este mês. Durante três dias, eles discutiram sobre melhorias na prática clínica e a implantação de métodos que possibilitam mais segurança e qualidade nos procedimentos de fertilização.

A biópsia embrionária em blastócito teve a sua segurança reafirmada. “Muitos médicos acreditavam que a retirada de células do embrião pudesse, de alguma forma, aumentar os riscos para os futuros bebês. Mas os estudos científicos apresentados no congresso diminuíram esse receio”, afirma o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana. Segundo ele, "a biópsia é realizada por volta do quinto dia de vida do embrião e possibilita ao médico avaliar todos os 23 pares de cromossomos, colhendo informações  sobre muitas doenças, como a síndrome de Down, e identificando até o sexo do bebê”.

Outra questão apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia foi sobre o hiperestímulo ovariano, que é o crescimento exagerado dos ovários durante o uso de hormônios com acúmulo de líquido no abdome, desconforto, dor, risco aumentado de trombose e até morte. "O hiperestímulo ovariano ocorre em até 5 % dos tratamentos de fertilização in vitro e agora tem sua incidência diminuindo brutalmente com o emprego de novos protocolos de estímulo ovariano (uso de hormônios para retirar óvulos)", afirma o especialista. A baixa reserva ovariana, isto é, mulheres que possuem os ovários mais "fracos", com poucos óvulos ou de qualidade inferior, continua sendo um desafio. Tratamentos com células troncos devem ser o futuro, mas ainda restritos apenas a pesquisas em animais.

"O envelhecimento dos óvulos ainda é a principal barreira para uma melhoria radical dos resultados em mulheres com mais de 40 anos. Nestas temos muitas opções de estimulação para os ovários, mas nos limitamos ainda aos óvulos selecionados naquele mês", explica o Dr. Alfonso.

A qualidade dos óvulos ainda é a peça chave para se atingir taxas mais altas de sucesso, conseguidas mais facilmente com o uso de óvulos doados. "Independentemente da idade da mulher, temos ótimas taxas de gravidez em tratamentos com óvulos doados, a chamada ovodoação", acrescenta.

O médico destaca  que, durante o Congresso, foram abordadas novas estratégias para o tratamento de endométrios (revestimento interno do útero) pouco receptivos à implantação do embrião. "A investigação, ainda limitada a poucos exames e testes, tem sido ampliada com o objetivo de colocar os embriões no ambiente, ´solo´ mais fértil possível”, explica.

A infertilidade masculina também foi mencionada e um caminho apontado é a  reposição hormonal. O diagnóstico de homens com baixa produção de testosterona, que sofrem com vários sintomas como cansaço, queda de libido, indisposição, perda de massa muscular, cresceu.

“A reposição deve ser feita com muito critério para não termos aumento de doenças e não inibirmos a produção de espermatozóides e/ou bloquear ainda mais a produção de testosterona pelos testículos”, concluiu Massaguer.

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