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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Atendimento de infartos em até 90 minutos reduz mortalidade em 15%


O desafio para salvar um paciente infartado é enorme. Quando mais de 90 minutos se passam desde o problema se instalar, a chance dele sobreviver reduz em 15%. É um aumento expressivo para uma doença com ampla incidência no país que registra cerca de 300.000 infartos por ano. Em 2010 foram registrados pelo IBGE/DataSus 79.954 óbitos por infarto - 7,05% do total de óbitos ocorridos, o que corresponde a 52,11 óbitos por 100.000 habitantes.

Nestes 90 minutos cruciais, nos quais será definido o futuro do paciente, é preciso fazer o correto diagnóstico do infarto e depois encaminhá-lo ao tratamento. Para o diagnóstico, o paciente passa por uma triagem no pronto-socorro e é submetido a um exame de ecocardiograma, que confirma o problema.

Com diagnóstico em mãos, o desafio dos médicos está apenas na metade. É preciso intervir. O paciente deve ser preparado para receber um stent, espécie de alargador arterial que irá devolver o fluxo sanguíneo ao organismo.

Mesmo em hospitais de referência, a operacionalização dos procedimentos não é simples ou fácil de ser cumprida. O HCor (Hospital do Coração) precisou realizar um trabalho multidisciplinar para alcançar a meta de 100% de atendimento em menos de 90 minutos. Isso reduziu a mortalidade dos pacientes infartados de 6% para 2%. O projeto foi reconhecido com um dos selos de qualidade mais importantes do mundo, o da Joint Commission International (JCI). Ele foi conferido para os programas de cuidados clínicos de Infarto Agudo do Miocárdio e Insuficiência Cardíaca (IC).


Infarto Agudo do Miocárdio – um problema mundial
De acordo com um estudo norteamericano desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Colorado, 20% dos pacientes que sofreram ataques cardíacos permanecem sentindo dores no peito mesmo um ano depois de ter ocorrido o evento. Os pesquisadores analisaram quase dois mil pacientes, sendo que, de cada cinco, um deles sofria com as dores. Dos pacientes que responderam ao questionário do estudo, um ano após seus ataques cardíacos, 19,9% ainda tinham dores no peito e 1,2% deles sentiam dor todos os dias.

A angina, nome dado a essa dor no peito, é um sintoma comum de doenças cardíacas e, de acordo com os médicos, é normal que as vítimas de infartos continuem sentindo essas dores. Entretanto, é importante realizar tratamentos para tentar minimizar o problema.

Segundo os pesquisadores, os principais fatores que podem contribuir para essas dores são o fumo e a depressão. Ainda de acordo com a pesquisa, os homens jovens, fumantes ou com sintomas de depressão estão mais propensos a sofrer com a angina. Diante desse cenário, é importante seguir as recomendações médicas para que os pacientes que sofreram infarto parem de fumar, e, quando necessário, procurem ajuda psicológica para controlar a depressão.

O tratamento da Insuficiência Cardíaca
A insuficiência cardíaca é uma síndrome muito frequente entre as doenças cardiológicas e com muitas formas de tratamento. Pesquisas internacionais apontam que o conhecimento que o paciente tem sobre a sua doença é aquém do desejável.

“Um atendimento multidisciplinar coordenado e efetivo junto ao paciente com IC, e aos seus familiares, esclarece e orienta sobre a doença e seus cuidados. Além disso, o acompanhamento pós-alta reforça a aderência ao tratamento e mantém em contato o paciente com a Instituição e com o seu médico para aumentar a segurança e auto monitoramento”, esclarece o Coordenador do Programa Clínico de IC e cardiologista do HCor, Dr. Felix Ramires.

A disponibilização a todo corpo clínico de serviço especializado em IC também aumenta a aplicação das diretrizes mundiais no tratamento da IC, além da implementação do que existe de mais atual no tratamento clínico e cirúrgico desta síndrome. “Portanto, esse esforço coordenado proporciona, sem dúvida, uma excelência no atendimento desses pacientes melhorando a qualidade de vida e reduzindo a mortalidade”, finaliza Dr. Ramires.

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