Há quem diga que criança não mente, atribuindo isso à inocência comum da infância ou simplesmente ao fato de que eles terem mais dificuldade para formular um raciocínio mais complexo. Mas, infelizmente, essa tese nem sempre se confirma. Muitos são os casos em que os pais pegam seus filhos envolvidos com alguma mentira.
Foi inspirado nisso que o especialista em segurança eletrônica e investigação de crimes e fraudes via internet, Wanderson Castilho, escreveu o livro “Mentira – Um Rosto de Muitas Faces” (Matrix Editora). Na obra, o autor lança mão de sua experiência para narrar como aplica a técnica de detecção de mentiras em seu trabalho de perito em segurança eletrônica.
Segundo o autor, a mentira faz parte da natureza humana e as crianças aprendem a mentir desde muito cedo. Ele cita um exemplo clássico de mentira infantil: o pequeno choraminga como se estivesse pedindo mamadeira, quando, na verdade, está sem fome e apenas quer colo. “Assim, primeiro se aprende a fazer uso da mentira, sem que haja, ainda, condições de saber se é certo ou errado utilizá-la”,explica.
O especialista lembra que os pais também ensinam os filhos a mentirem em certas ocasiões. Quando uma criança recebe um presente que não gosta, por exemplo, ela é obrigada a agradecer e mostrar que está feliz. “Se uma criança é repreendida por falar a verdade sobre o presente que ganhou, ela está sendo ensinada a ‘não ser mal-educada’, ou seja, a mentir em certas situações sociais”, afirma.
De acordo com estudos científicos, até os oito anos de idade, as crianças não sabem construir mentiras que sejam convincentes, ou seja, elas não sabem ainda colocar a mentira num contexto que tenha fundamento. “Com o passar dos anos, contudo, as mentiras se tornam mais elaboradas e com possibilidade de oferecer consequências mais graves”, finaliza.
A técnica de detecção de mentiras, colocada no livro e desenvolvida pelo autor, foi inicialmente pensada pelo psicólogo americano Paul Ekman e popularizada pelo seriado de televisão Lie To Me. Ekman concluiu um estudo que desenvolveu ao longo de dezoito anos, em que investigou exaustivamente a expressão de emoções pela face. Dessa forma, afirmou ser possível estabelecer se alguém está ou não dizendo a verdade a partir da confrontação entre as emoções demonstradas na fala e nas expressões faciais.
O número de crimes envolvendo menores infratores cresceu mais de 90% nos últimos meses apenas em Manaus, capital do Amazonas, segundo dados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). No primeiro semestre de 2010, o Juizado da Infância e da Juventude Criminal realizou 152 audiências de casos envolvendo menores e, no mesmo período deste ano, foram 299 audiências.
No MS, a situação não é diferente. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), somente no ano passado 777 jovens foram apreendidos no estado. A média é de duas apreensões por dia. No primeiro trimestre deste ano já foram 194 apreensões.
Recentemente, o programa de tv, Repórter Record, veiculou uma reportagem sobre crimes
cometidos por menores de 18 anos, discutindo sobre o rigor da punição
a esses adolescentes e levantando a polêmica sobre maioridade legal.
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