Por Marcos Hiller*
Dia histórico para nós consumidores! A AgênciaNacional de Telecomunicações (Anatel) tomou a decisão de suspender a venda apartir do dia 23 de julho de novas linhas de três das maiores operadoras detelefonia móvel do País, TIM, Oi e Claro, que, somadas, detêm 70% do mercado. AAgência determinou tal medida após avaliar dados das três empresas pelosúltimos meses, o que demonstrou que um dos mais recorrentes problemas são as chamadasinterrompidas no meio da ligação. Logicamente, a medida da Anatel fez as açõesdespencarem na Bolsa de Valores.
A medida já havia sido adotada contra a Telefônica nopassado, mas esta é a primeira vez que a agência suspende as vendas de trêsoperadoras de uma só vez. A nossa torcida é que essa decisão da Anatel sirvanão somente para que as operadoras suem a camisa em entregar um serviço àaltura do que pagamos, mas também que seja um momento de reflexão. Todos nós,sem exceção, passamos por algum tipo de aborrecimento na condição deconsumidor, seja no banco, na cafeteria, na padaria, no aeroporto, no cartório,na lavanderia, etc. Legalmente falando, o consumidor pode ter inúmeros direitose munições para se proteger, no entanto, no frigir dos ovos, a corda semprepende para o lado mais fraco. Mas hoje nós vencemos. O momento é histórico, éde celebração!
O editor da aclamada revista americana Wired, ChrisAnderson, criador do brilhante conceito da cauda longa, escreveu anos atrás olivro intitulado FREE, que trata da evolução nos modelos de negócios e geraçãode receita na era digital, e fala que no futuro próximo tudo tende a custo zeropara o consumidor. E é bem isso que estamos observando acontecer. Em inúmeroslocais que frequentamos hoje em dia, já encontramos sinal de internet wi-fi.Assim, precisamos cada vez menos dos caríssimos e lentos pacotes de dados dasoperadoras para navegar. Hoje eu tenho, por exemplo, aplicativos no meu iPhonecom o Viber, o Skype ou o Whatssup, todos eles permitem que eu fale com meusamigos simplesmente de graça, tudo por meio da internet. As operadoras, que nãobobas, já perceberam essa tendência em favor do consumidor e passaram ainvestir em outros nichos, como telefonia fixa e canais de TV por assinatura.Quer conhecer mais esse conceito do custo zero? Logicamente, o livro FREE dolúcido Chris Anderson está disponível gratuitamente na web. Baixe e leia!
A Vivo, que não teve suas vendas suspensas, deve nãosomente celebrar a decisão, mas também poderia aproveitar para fazer um anúnciode oportunidade, com a seguinte chamada: “Ei consumidor, venha pra Vivo! Ouvocê prefere ir para as outras que tiveram as vendas suspensas pela Anatel pormá qualidade de serviço.” Fica a dica para os gerentes de marketing da Vivoque, certamente, não deixarão passar desapercebida essa decisão histórica.
A promessa é que na Copa das Confederações no ano quevem, já tenhamos a internet 4G disponível nas cidades que receberão jogos. Ora,eles precisam primeiro fazer a lição de casa, fazer funcionar muito bem o 3Gpara depois pensar em avanços tecnológicos. Que essa pertinente e acertadadecisão da Anatel sirva de alerta para empresas de outros segmentos comobancos, TVs por assinatura, planos de saúde, etc. Pensem duas vezes antes denão entregarem o que prometem.
*MarcosHiller é coordenador do MBA Gestão de Marcas (Branding) da Trevisan Escola deNegócios (@marcoshiller).
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