Desempenho do setor é 52% superior ao restante da indústria
O mercado de medicamentos genéricos apresentou em 2011 crescimento de 32,3% no volume de unidades vendidas em comparação a 2010. Foram comercializadas 581 milhões de unidades frente às 439 milhões registradas no ano anterior. As vendas de genéricos movimentaram R$8,7 bilhões, apresentando crescimento de 41% em comparação a 2010, quando as vendas atingiram R$6,2 bilhões.
Os genéricos apresentaram crescimento 52,3% superior ao restante da indústria no período. Para o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti, o ritmo deverá se manter nos próximos anos. “O genérico é a opção de acesso ao mercado farmacêutico dessa nova classe média que vem se formando no Brasil. Além disso, desde 2011 lançamentos importantes começaram a chegar no mercado, o que certamente traz novos consumidores”, explica.
A Pró Genéricos estima alcançar 35% de participação de mercado em unidades até 2015. O setor registrou 22,3% de share no fechamento de 2011, percentual 26,7% superior aos 17,6% registrados em dezembro de 2010. “Devemos superar a marca histórica de 25% de participação em unidades neste ano”, comemora Finotti.
Com relação ao faturamento em reais, os genéricos já registraram a marca de 20,5% de participação.As informações de mercado são do IMS Health, instituto que audita o desempenho da indústria farmacêutica no Brasil e no mundo.
A entrada de novos genéricos ao mercado, por meio de medicamentos que tiveram suas patentes vencidas nos últimos 2 anos, também contribuíram para expansão do setor. Drogas como Atorvastatina, Rosuvastatina, Sildenafil, Quetiapina e Valsartana hoje já representam 10% do faturamento do setor. “Essas drogas e mais uma relação de outros produtos que devem ter patente expirada até 2017 são drogas importantes, com alto valor agregado, que impactam e muito nosso negócio”, diz Finotti. Para os lançamentos de genéricos previstos para 2012, os destaques são a Ziprasidona, um antipsicotico da Pfizer, e o Sirolimo, produto imunossupressor da Wyeth utilizado em transplantes deórgãos.
De acordo com o executivo, os biossimilares e os produtos de alta complexidade são as novas fronteiras de expansão do setor. E são esses os dois assuntos que assumiram a liderança entre as prioridades da agenda da Pró Genéricos. “É a nossa entrada nesses novos mercados que elevarão os negócios das indústrias de genéricos”, sentencia. Finotti ressalta ainda que os dois mercados se somados chegam a R$ 6 bilhões em valor.
“Enquanto as empresas do setor já se organizam para produção dos biossimilares, a Anvisa vem colaborando com o setor para que tenham acesso facilitado aos produtos que no geral são vendido para hospitais e órgãos públicos de saúde”, diz o executivo.
Farmácia Popular
O crescimento do mercado de genéricos é proporcional ao retorno social gerado pela categoria de medicamentos. Hoje, mais de 75% dos medicamentos dispensados pelo programa governamental são genéricos. O Farmácia Popular hoje já tem um peso de 10% nas vendas do setor em unidades. “Os genéricos são essenciais para realização de um programa social desse porte”, diz Finotti.
Além de ampliar o acesso ao mercado de medicamentos, estudo da Pró Genéricos demonstra que desde que foram criados, em 2001 os genéricos promoveram uma economia 20,2 bilhões de reais aos consumidores. “Se considerarmos que os genéricos têm participação de mercado relevante nas categorias de produtos destinadas ao tratamento de doenças crônicas, podemos dimensionar o quanto essa economia é importante para quem todo mês precisa destinar parte substancial de sua renda à compra de medicamentos”, conclui Finotti.
Sobre os genéricos
Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram.. No Brasil, a regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da Lei 9.787.
A produção dos genéricos, que custam em média 45% menos que os medicamentos de referência, obedece a rigorosos padrões de controle de qualidade. Conforme determina a legislação, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência, estes últimos realizados em seres humanos.
Graças a estes testes, os medicamentos genéricos brasileiros são intercambiáveis. Ou seja, podem substituir os medicamentos inovadores eventualmente indicados nas prescrições médicas. Segundo determina a legislação, a troca pode ser recomendada pelo farmacêutico, nos pontos de venda, com absoluta segurança para o consumidor.
Os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como Canadá (Health Canadá), Estados Unidos (FDA), além da União Européia (EMEA), entre outros centros de referência de saúde pública no mundo.
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